Como trabalhar como artista no Brasil? Como criar modos alternativos de financiamento num contexto em que os dominantes são tão escassos? Como criar comunidade num contexto tão precário cuja base de sobrevivência é a competição? Como pensar em formação de rede e economia do sensível? Para quem trabalhamos? Quem nos paga? Com quem trabalhamos? Para quem repassamos o que ganhamos? Por que trabalhamos? Qual é a exclusividade do trabalho d/ artista? Como questionar constantemente o que se faz, sua natureza, sua função, ao mesmo que tempo em que se cria uma estrutura? Como sustentar economicamente uma atividade cujo valor está no afeto? Como criar uma estrutura de passagem? Como construir uma zona em constante reorganização, em constante processo, atentas ao risco de que é preciso territorializar para desterritorializar?
ganhapão é uma estrutura de e para trabalho. um modo de organização móvel que, embora aponte para a sustentabilidade, se articula de acordo com a realidade da prática e da necessidade de cada artista. as artistas aqui são interdependentes, juntam-se por afinidade, desejo de apoio, e pela busca por condições de trabalho. condições para continuar a trabalhar, ou condições para que seja possível inventar as condições que os trabalhos e as práticas de cada uma precisam a cada momento. ganhapão trabalha a partir do desejo de continuar. aprende o que é e pode ser enquanto faz. os trabalhos passam pela ganhapão e a ganhapão poderia ser um líquen. ganhapão reúne as artistas Clarissa Sacchelli e Laura Salerno que se reunem com outras e outros artistas e agentes.
ganhapão surge do encontro
entre as artistas brasileiras
Clarissa Sacchelli e Laura Salerno, que vivem e trabalham majoritariamente no
contexto artístico
experimental latino-americano.
seus interesses estão nas relações entre produção, produto e recepção do trabalho artístico.